terça-feira, 7 de abril de 2009

Um post polémico!

Ontem vi este filme/ documentário:

E digo desde já que não é recomendável a pessoas extremamente religiosas.
A história, ou o propósito, é simples: Bill Maher, criado num agregado judaico-católico, viaja pelos Estados Unidos, Holanda, Itália, Vaticano e tenta provar que ter fé e procurar soluções em Deus é rídiculo e fruto de uma desordem mental porque, simplesmente, Ele não existe. E, desse modo, fala com os ferverosos defensores das várias religiões - padres católicos, muçulmanos, judeus, mormons, ... - e conhece até um descendente de Jesus Cristo, que para quem não sabe é de Porto Rico, e a estes faz perguntas às quais eles não conseguem responder, criando momentos embaraçosos e embaraçantes.


Na minha opinião, nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Ninguém pode provar a existência de Deus, mas também ninguém O pode negar irrefutavelmente.
Como leitora da Bíblia (sim, leram bem, antes de tomarmos uma posição devemos sempre compreender ambos os lados), há coisas que me fazem (muita) confusão... Como, por exemplo, o Deus de Abrãao e Moisés ser tão diferente do Deus do Novo Testamento...
Por outro lado, como cientista, olhando para a forma intricada como o mundo funciona, como a matemática bate sempre certo, pergunto-me se será tudo isto pura e simplesmente obra do acaso... Uma coisa ninguém me tira da cabeça: se Ele existir, não é a mesma entidade que se manifestou a Moisés, que pede a Abrãao que mate o fillho ou que expulsa o leproso do acampamento. E também não diria que o preservativo só agrava o problema da Sida, vestiria o santo papa com ouro e belas vestes, faria do estado do Vaticano o mais rico do mundo enquanto milhares morrem à fome ou excomungaria a rapariga de 9 anos que engravidou de gémeos depois de uma violação pelo padrasto... E também não diria que quem não nasceu lá para os lados da palestina e arredores são infiéis e que devem morrer ou que as mulheres são inferiores aos homens. (Nesse caso para quê criar a mulher? As ovelhas bastariam! Ou homens com reprodução assexuada, qual esponjas em terra.) Mas talvez igreja e Deus sejam coisas distintas e já esteja a misturar alhos e bugalhos...
Isso daria pano para muita, muita manga. Ou palavras para muitos, muitos posts.
Mais não seja, e independentemente da posição que tomarmos, o filme obriga-nos a pensar por nós próprios. E apresenta-nos um padre que trabalha para o observatório astronómico do Vaticano e que se revela aberto à ciência e ao que ela tem para mostrar e ensinar. Uma surpresa agradável! Também tem uma vertente educativa. Por exemplo, dá conta que a história de Jesus é quase uma fotocópia da do deus Horus, um deus egípcio muito anterior a Jesus Cristo... (por exemplo, ver aqui, mas a internet está cheia de informação) Coincidências?

Não, não estou a fazer publicidade ao filme, até porque tem uma aura dogmática, ao estilo de Michael Moore. Achei foi uma boa oportunidade para reflectir nas minhas próprias crenças.

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